22 de fev. de 2013

Yoani Sánchez no Brasil



Vergonhoso os protestos contra Yoani Sánchez. Fanáticos da esquerda brasileira, militantes do PT, que não conseguem enxergar a realidade defendem a ditadura de Cuba como se o país fosse um paraíso. Usam o mesmo argumento dos irmãos Castro considerando Yoani uma traidora da revolução assassina que executou 120.000 pessoas. 

Defendem um governo que mantém centenas de prisioneiros cujo crime é pensar. E ainda alguém acredita que militantes de esquerda, entre eles, Dilma e aqueles que governam o Brasil, lutavam por democracia durante o regime militar. E, mais grave ainda, uma embaixada (a de Cuba, evidente) se metendo em assuntos internos do Brasil. Onde está nossa soberania? 

Por que a "presidenta" Dilma não receberá a blogueira, já que se declara tão democrata e defensora dos direitos humanos? A democracia brasileira corre grande risco com o PT no governo. 

Parabenizemos o governador de São Paulo Geraldo Alckmin que recebeu a ativista cubana e a tratou como deve ser tratada.

Chegada de Yoani Sánchez à Câmara gera tumulto e bate-boca: http://folha.com/no1233690 

Planalto afirma que dossiê contra cubana foi destruído: http://folha.com/no1233522


(Foto: Reuters)
Foto: Chegada de Yoani Sánchez à Câmara gera tumulto e bate-boca. http://folha.com/no1233690 Planalto afirma que dossiê contra cubana foi destruído. http://folha.com/no1233522 
(Foto: Reuters)







19 de fev. de 2013

O Primado de Pedro foi instituído por Jesus


Agora que a figura do Papa está em voga, entre tantas questões, levanta-se se o Primado de Pedro, do qual o Papa é herdeiro, tem algum fundamento bíblico. De largada, já digo que sim. O Primado de Pedro foi instituído por Jesus. Há claras evidências no Novo Testamento e na Tradição. Por ora, basta o que nos diz os evangelhos. Vejamos: 

A mudança de nome

Para começar, é significativo que Jesus tenha mudado o nome de Simão para Pedro em seu primeiro encontro. Conta-nos o evangelista São João: André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinha ouvido João e que o tinha seguido. Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: “Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo).” Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: “Tu és Simão, filho de João, serás chamado Cefas (que quer dizer pedra).” (Jo. 1, 40-42)

Logo em seu primeiro encontro, Jesus fixa o olhar nele e lhe dá outro nome que significará sua nova missão revelada por Mateus na instituição do primado em Cesareia de Filipe (Mt. 16, 18). Significativo, também, que São João, ainda que escrevendo seu evangelho em grego, utiliza a palavra aramaica Cefas, dando em seguida seu significado em grego, Pedra, da mesma forma que, no versículo anterior, para se referir a Jesus, usou a palavra hebraica Messias e logo em seguida sua tradução, Cristo. 

São João não deixa dúvida. Para aqueles que objetam que, do grego, Petros significa “pedrinha” e não “rocha”, João deixa claro que Jesus se dirige a Simão em aramaico e não em grego e o chama de Kepha, a rocha. Aliás, é pela forma aramaica que São Paulo preferirá se referir a Pedro (Cf. 1 Cor. 1,12; 3,22; 9,5; 15,5 – Gal. 1,18; 2,9; 2,11.14). Este assunto será tratado detalhadamente mais adiante. 

A mudança de nome na história bíblica não é um fato sem importância. Após a aliança de Deus com Abrão, este tem seu nome modificado para Abraão porque ele seria o pai de uma multidão de povos e a partir dele, a história da salvação tinha início (Gênesis 17, 4)

O mesmo acontece com Jacó. Deus muda seu nome para Israel, porque ele será o pai do Povo Eleito. (Gênesis 35, 10-12)

Sendo assim, é clara a intenção de Jesus: o pai dos povos que crerão no Deus único tem seu nome mudado; o pai do Povo de Deus tem seu nome mudado; e o “pai” – o líder – do novo Povo de Deus, a Igreja, também tem seu nome mudado. Aliás, fazendo um paralelo entre os textos, percebemos que a fórmula utilizada na mudança dos nomes de Abraão e Israel é bastante semelhante com a que Jesus usou:

Este é o pacto que faço contigo: serás o pai de uma multidão de povos. De agora em diante não te chamarás mais Abrão, e sim Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de povos. (Gênesis 17, 4-5)

Teu nome, disse-lhe Ele, é Jacó. Tu não chamarás mais assim, mas Israel. (Gênesis 35, 10) 
Tu és Simão, filho de João, serás chamado Cefas. (João 1, 42)

Outro importante personagem do Antigo Testamento também tem seu nome modificado: José. Essa mudança de nome será tratada mais adiante. 

A instituição do Primado

O cerne da instituição do Primado se encontra em Mateus 16, 13-19:

São Pedro
Chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: No dizer do povo, quem é o Filho do Homem? Responderam: Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes Jesus: E vós quem dizeis que eu sou? Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo! Jesus então lhe disse: Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus. E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

Vamos analisar este trecho. Jesus está com os apóstolos em Cesareia de Filipe, local em que se acreditava nascer o rio Jordão. Este local possui grandes e maciças rochas. Diante das palavras de Jesus, o local tornava-se bastante sugestivo. 

Jesus diz que Pedro é a pedra sobre a qual edificará a Sua Igreja e os poderes do inferno não poderão vencê-la. É uma batalha entre dois reinos, ou melhor, duas cidades: a cidade de Deus e a cidade de Satanás. Muitas vezes, quando se menciona uma rocha na Bíblia, refere-se a uma fortaleza ou uma cidade fortificada (geralmente construída sobre um rochedo): é a Igreja. Do outro lado, temos o inferno, também designado como uma fortaleza, já que o termo “portas” refere-se a uma cidade fortificada. 

Quem é a pedra: Jesus ou Pedro?

Tomo emprestado alguns trechos de um bom texto (acesso em: http://www.bibliacatolica.com.br/blog/biblia/quem-e-a-pedra-jesus-ou-pedro/#.USBa5B03s1E) que responde brilhantemente esta questão.

Objeção 1: A “Pedra” citada por Jesus em Mt 16,18 jamais poderia referir-se a Pedro, mas sim ao próprio Jesus, uma vez que as Sagradas Escrituras em muitas passagens identifica Jesus como a “rocha”, a “pedra angular”.

Resposta: Antes de apresentar o diálogo, a Barca de Jesus observa que embora na maioria das passagens bíblicas “pedra” ou “rocha” realmente se refira a Jesus, existem exceções. O próprio Jesus que disse ser a “Luz do Mundo” (Jo 8,12) disse aos apóstolos que também eles deveriam ser “Luz do Mundo” (Mt 5,13). Além da passagem de Mt 16,18 onde a “pedra” referida não se trata de Jesus, como veremos claramente no diálogo abaixo, temos também, por exemplo, Is 51,1-2 (a “pedra” é Abraão) e 1Pd 2, 4-5 (“pedras vivas” é Jesus e também são os cristãos). O fato de Jesus aplicar a Pedro uma figura que a Bíblia exaustivamente aplica a Jesus, bem mostra a intenção de Jesus em fazer de Pedro um representante de Cristo na terra.

Objeção 2: Em grego, a palavra para pedra é petra, que significa uma rocha grande e maciça. A palavra usada como nome para Simão, por sua vez, é petros, que significa uma pedra pequena, uma pedrinha.

Resposta: Na verdade, todo este discurso é falso. Como sabem os conhecedores de grego (mesmo os não católicos), as palavras petros e petra eram sinônimas no grego do primeiro século. Elas significaram “pequena pedra” e “grande rocha” em uma velha poesia grega, séculos antes da vinda de Cristo, mas esta distinção já havia desaparecido no tempo em que o Evangelho de São Mateus foi traduzido para o grego. A diferença de significados existe, apenas, no grego ático, mas o NT foi escrito em grego Koiné – um dialeto totalmente diferente. E, no grego koiné, tanto petros quanto petra significam “rocha”. Se Jesus quisesse chamar Simão de “pedrinha”, usaria o termo lithos. (para a admissão deste fato por um estudioso protestante, veja D. Carson, The expositors Bible Commentary [Grand Rapids: Zondervan, 1984], Frank E. Gaebelein, ed., 8: 368).

Objeção 3: Vocês, católicos, por desconhecerem o grego, pensam que Jesus comparava Pedro à rocha. Na verdade, é justamente o contrário. Ele os contrastava. De um lado, a rocha sobre a qual a Igreja seria construída: o próprio Jesus (“e sobre esta PETRA edificarei a Minha Igreja”). De outro, esta mera pedrinha (“Simão tu és PETROS”). Jesus queria dizer que ele mesmo seria o fundamento da Igreja, e que Simão não estava sequer remotamente qualificado para isto.

Resposta: A maioria dos livros do NT foi escrita em grego, pois não visavam apenas os cristãos da Palestina, mas de outros lugares como Roma, Alexandria e Antioquia, onde o aramaico não era falado.

Sabemos que Jesus falava aramaico devido a algumas de suas palavras que nos foram preservadas pelos Evangelhos. Veja Mt 27,46, onde ele diz na cruz, “Eli, Eli, Lama Sabachtani”. Isto não é grego, mas aramaico, e significa, “meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” [Mas, segundo o evangelho de São João, Jesus chamou Simão de Cefas (transliteração do aramaico Kepha]. 

E o que significa Kepha? Uma pedra grande e maciça, o mesmíssimo que petra. A palavra aramaica para uma pequena pedra ou pedrinha é evna. O que Jesus disse a Simão em Mt 16,18 foi “tu és Kepha e sobre esta kepha construirei minha igreja.” Quando se conhece o que Jesus disse em aramaico, percebe-se que ele comparava Simão à rocha; não os estava contrastando. 

Até aqui, o referido texto. 

Portanto, não há contradição entre Pedro e Jesus no que se refere à “pedra”. Jesus une Pedro a Si, assim como a Igreja e Cristo são uma só realidade, sendo este a Cabeça e aquela o Corpo. Esta associação entre Pedro e Jesus também se evidencia no episódio do pagamento do imposto do Templo (Mt. 17, 23-26), ocorrido apenas seis dias após a instituição do primado:

Logo que chegaram a Cafarnaum, aqueles que cobravam o imposto da didracma aproximaram-se de Pedro e lhe perguntaram: Teu mestre não paga a didracma? Paga sim, respondeu Pedro. Mas quando chegaram à casa, Jesus preveniu-o, dizendo: Que te parece, Simão? Os reis da terra, de quem recebem os tributos ou os impostos? De seus filhos ou dos estrangeiros? Pedro respondeu: Dos estrangeiros. Jesus replicou: Os filhos, então, estão isentos. Mas não convém escandalizá-los. Vai ao mar, lança o anzol, e ao primeiro peixe que pegares abrirás a boca e encontrarás um estatere. Toma-o e dá-o por mim e por ti.

O primado segundo São João

São João conservou-nos sua versão do primado. Talvez seja até mais categórico do que São Mateus em colocar Pedro como o chefe da Igreja de Cristo. A cena transcorre às margens do mar da Galileia. Jesus ressuscitado aparece e faz uma refeição com seus apóstolos. Vamos ao texto:

Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.

Jesus após Sua ressurreição vem confirmar Pedro na liderança de Sua Igreja, do Seu rebanho. Ele, o Bom Pastor, confia Suas ovelhas a Pedro, que deverá pastoreá-las após Sua partida para o Pai. O texto é claríssimo. E mais, além da interpretação tradicional que vê na tríplice profissão de amor exigida por Jesus como reparação das três negações de Pedro, para os povos semitas, declarar algo por três vezes significa ratificá-lo sem nenhuma possibilidade de dissolução. 

São Lucas também nos traz uma informação importante. O evangelista insere na Santa Ceia a discussão surgida entre os apóstolos sobre qual deles seria o maior (Lucas 24, 24-30). Jesus ensina-lhes que, assim como Ele, o primeiro dentre eles deve ser aquele que serve a todos. Em seguida, conforme Lucas, Jesus se dirige a Pedro: 

Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos. (Lc. 22,31-32)

Jesus sabe que Pedro será tentado pelo orgulho que o fará negá-Lo por três vezes. Mas, Jesus, pessoalmente, rogou por ele, para que não caísse na desgraça causada pelo remorso como aconteceu com Judas, mas que se arrependa verdadeiramente, o que acontecerá na casa de Caifás. E Pedro, fortificado na fé, deve confirmar seus irmãos nesta mesma fé. A nenhum outro apóstolo foi dada esta incumbência. Apenas a Pedro. 

O poder das chaves do Reino dos Céus

Lembremos que Mateus escreve seu evangelho para os cristãos oriundos do judaísmo. Seu evangelho é repleto de citações diretas e referências indiretas do AT. Portanto, uma das chaves de interpretação desta passagem deve ser procurada no AT. 

Na linha do judaísmo, Mateus é o evangelista do Reino. O Messias viria restaurar o Reino de Deus, que, na mentalidade judaica, seria o Reino de Israel, o antigo Reino Davídico, um reino terreno e delimitado. Jesus anuncia algo maior do que isso. O Reino de Deus, o Seu Reino não é esse pequeno Reino de Davi. Pois bem, Jesus funda um Reino, cujo germe e imagem é a Igreja. Ele é o Rei, mas faz de Pedro seu vigário, o “primeiro-ministro” deste Reino, isto é, de Sua Igreja. 

Dito isso, vamos ver alguns paralelos no Antigo Testamento que nos farão entender como era a investidura de um “alto funcionário” de um reino. Primeiramente, Isaías 22, 15-22. Aqui, Isaías profetiza o fim do governo de Sobna, prefeito do palácio (v. 15). O prefeito do palácio, em Israel e Judá, tinha o cargo equivalente de primeiro-ministro. Isaías prossegue, revelando o sucessor de Sobna, e é neste ponto que encontramos apoio para as palavras de Jesus no evangelho de Mateus:

Naquele dia chamarei meu servo Eliacim, filho de Helcias. Revesti-lo-ei com a tua túnica, cingi-lo-ei com o teu cinto, e lhe transferirei os teus poderes; ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá. Porei sobre seus ombros a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar, ninguém abrirá.

Essa passagem nos remete ao Apocalipse 3, 7:

Ao anjo da igreja de Filadélfia, escreve: Eis o que diz o Santo e o Verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi – que abre e ninguém pode fechar; que fecha e ninguém pode abrir.

Fica claro o que significa o poder das chaves. O prefeito do palácio tem em suas mãos a administração da casa de Davi. Não está acima do rei, que em todo o caso é o que tem “as chaves”, mas o rei o investe do poder de cuidar de seus interesses. O mesmo ocorre com Jesus. Ele, “o Santo e o Verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi – que abre e ninguém pode fechar; que fecha e ninguém pode abrir”, dá as chaves de Seu Reino a Pedro, fazendo dele Seu “primeiro-ministro”, o prefeito de Sua casa: Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

Portanto, Jesus e Pedro aparecem aqui novamente associados. Possuem a mesma chave, pois tudo o que for ligado ou desligado na terra, acontecerá igualmente no céu. O governo da Igreja é único. Há uma cabeça invisível do Corpo Místico, que é a Igreja, Seu Pastor supremo: Jesus Cristo; e uma cabeça visível, sinal visível da unidade e do governo da Igreja, Pedro e, por conseguinte seus sucessores. 

Outro paralelo significativo encontra-se em Gênesis 41, 38-45, que nos dá amostras da investidura de um “primeiro-ministro”. Após José ter decifrado o sonho do faraó, o soberano do Egito disse:

Poderíamos, disse-lhes ele, encontrar um homem que tenha, tanto como este, o espírito de Deus?” E disse em seguida a José: “Pois que Deus te revelou tudo isto, não haverá ninguém tão prudente e tão sábio como tu. Tu mesmo serás posto à frente de toda a minha casa, e todo o meu povo obedecerá à tua palavra: só o trono me fará maior do que tu.” “Vês, disse-lhe ainda, eis que te ponho à testa de todo o Egito.” E o faraó, tirando o anel de sua mão, pôs na mão de José; e o fez revestir-se de vestes de linho fino e meteu-lhe ao pescoço um colar de ouro. E, fazendo-o montar no segundo dos seus carros, mandou que se clamasse diante dele: “Ajoelhai-vos!” É assim que ele foi posto à frente de todo o Egito, e o faraó disse-lhe: “Sou eu o faraó: sem tua permissão não se moverá a mão nem o pé em toda a terra do Egito.” O faraó chamou a José Tsafenat-Paneac, e deu-lhe por mulher Asenet, filha de Putifar, sacerdote de On.

Comecemos pelo fim. Aqui, como ocorreu com Abraão e Israel, José é chamado por um novo nome. Não é Deus quem muda seu nome, é o Faraó, que, em todo caso, se considera um deus. Nabucodonosor também usa deste expediente depois de reduzir Judá a um reino vassalo: 

Em lugar de Joaquin, o rei de Babilônia, constituiu rei seu tio Matatias, cujo nome mudou para Sedecias. (II Reis 24, 17) 

O reino de Judá passou a ser um reino vassalo, portanto Sedecias governa em nome do rei da Babilônia, por isso tem seu nome modificado. O mesmo ocorre com Pedro que governará o “Reino de Deus” em nome de Jesus.  

Agora, vejamos os paralelos entre os textos da investidura de José e o primado de Pedro: 

Primeiro ponto em comum: a revelação vem de Deus: 

E disse em seguida a José: Pois que Deus te revelou tudo isto, não haverá ninguém tão prudente e tão sábio como tu. (Gênesis 41, 39)

Jesus então lhe disse: Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus. (Mateus 16, 17)

Segundo ponto: esta revelação leva a uma conseqüência. Ambos são investidos da primazia: José, primaz do reino do Egito; Pedro, do Reino de Deus:

Tu mesmo serás posto à frente de toda a minha casa, e todo o meu povo obedecerá à tua palavra: só o trono me fará maior do que tu.” “Vês, disse-lhe ainda, eis que te ponho à testa de todo o Egito.” E o faraó, tirando o anel de sua mão, pôs na mão de José; [...] (Gênesis 41, 40-42)

Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. (Mateus 16, 19)

Diferentemente dos reinos de Judá e Israel, o poder transferido pelo Faraó não é simbolizado pela chave, mas pelo anel (Gênesis 41, 42). Porém, o sentido é o mesmo. 

Voltemos a nos lembrarmos que Mateus escreve seu evangelho em aramaico (todos os outros evangelhos foram escritos em grego) para cristãos oriundos do judaísmo. Por isso, para seus leitores e ouvintes a posição de Pedro como líder da Igreja era inquestionável diante de tantas provas e paralelos retirados das Escrituras e também do cotidiano do povo judaico. 

Conclusão 

Jesus funda a Sua Igreja sobre Pedro e os apóstolos. Pedro recebe de Jesus o poder das chaves para que governe a Sua Igreja na terra. Esse poder é exercido no zelo pela doutrina, na definição dos dogmas e no perdão dos pecados. E é óbvio que a instituição não poderia morrer com São Pedro, já que Jesus mesmo prometeu que estaria com a Igreja até o fim dos tempos e que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela. 

Assistido pelo Espírito Santo, São Pedro e seus sucessores possuem o carisma da infalibilidade. Jesus estende o poder de ligar e desligar ao colégio apostólico (Mateus 18, 18), sucedido pelo Colégio dos Bispos em comunhão com o Bispo de Roma, ou seja, o Papa. Os bispos também possuem este carisma e o exerce principalmente reunidos em concílios e sínodos. 

O carisma da infalibilidade do Papa e da Igreja é deduzido pela lógica dos textos. Como tudo o que Pedro e os apóstolos ligar na terra será ligado ou desligado nos céus, é impossível que haja algum erro quando o Papa ou os bispos reunidos em comunhão com ele tratar de matéria de fé e moral, pois é inimaginável que nos céus ocorra algo errado. Portanto, o Espírito Santo sempre acompanha os sucessores de Pedro e dos apóstolos para que ensinem conforme a verdade de Jesus.  

Bônus: outras referências a Pedro no NT

Vale lembrar que as referências a Pedro no Novo Testamento chegam a 171 vezes. É o segundo personagem mais citado. O primeiro é Jesus. 

Significativo também é a listagem dos apóstolos que os evangelistas nos fornecem. Pedro vem nomeado sempre em primeiro (Mateus faz referência explícita a isso) e Judas Iscariotes, o traidor, aparece sempre em último. Somente coincidência? Pedro seria o primeiro do quê? O primeiro discípulo a ser chamado não pode ser, posto que foi André quem o apresentou a Jesus. 

Mateus 10, 2-4: Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André, seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor.

Marcos 3, 16-19: Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão. Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador; e Judas Iscariotes, que o entregou.

Lucas 6, 13-16: Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles que chamou de apóstolos: Simão, a quem deu o sobrenome de Pedro; André, seu irmão; Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado Zelador; Judas, irmão de Tiago; e Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor.

Apesar de haver muitas mais referências em todo o Novo Testamento e na Sagrada Tradição as quais poderíamos nos basear, essas são referências dos evangelhos que atestam o primado de Pedro.





11 de fev. de 2013

A renúncia do Papa Bento XVI



O Papa é o Vigário de Cristo. E isso não significa que ser a Cabeça visível da Igreja e representar nosso Senhor Jesus Cristo na terra tragam glória e poder. Longe disso. O "doce Cristo na terra", como o Chefe supremo da Igreja, também sofre por ela, dá a vida por ela. Justa ou injustamente, sobre o Papa recai todas as culpas dos filhos da Igreja, todas as acusações, todas as injúrias, todas as injustiças. 

Para carregar esta pesada cruz são necessárias forças física, mental e espiritual. Bento XVI têm as duas últimas, certamente, mas faltou-lhe a primeira. Obrigado, Papa Bento XVI por esses oito anos de pontificado que tanto bem fez a Igreja.

5 de fev. de 2013

Silas Malafaia de Frente com Gabi


Não assisti à entrevista do pastor Silas Malafaia no De Frente com Gabi e, sinceramente, não estou afim de gastar meus preciosos créditos da internet para ver no Youtube, mas gostaria de comentar o que andou pipocando no Facebook sobre a entrevista e que parece injusto pelo que julgo do pastor Silas Malafaia. 

Pode-se discordar de Silas Malafaia, em suas teorias e em seus métodos, mas não é justo colocá-lo no mesmo balaio com certos pastores brasileiros. Malafaia está longe de ser um pilantra ou um espertalhão aproveitador da fé. Sua formação e inteligência já seriam suficientes para perceber que não se trata da mesma raça.

Sua pregação difere muito da simplória e herética teologia da prosperidade das igrejas neopetencostais. Assembleiano, ele é um pentecostal, certamente, mas sua raiz é o pentecostelismo à moda europeia, muito diferente do norte-americano que influenciou as igrejolas que brotam por aí e que traz mais a marca da cultura dos EUA do que a do evangelho de Cristo. 

Um alerta aos católicos. A intenção da entrevista é evidente e é exatamente a mesma quando se entrevista um padre ou bispo da Igreja: acusar, tentar desmoralizar. Não é uma entrevista. É um apedrejamento, posto que seus posicionamentos desagradam a ponto de elevar ao limite do ódio aos “modernosos” de plantão da estirpe de Marília Gabriela. Portanto, cuidado com as críticas sem fundamento ou por simples picuinha ou má-vontade. Nossos inimigos são bem outros e estão longe de serem outros cristãos. Precisamos nos unir ao redor dos pontos em comum ao invés de dar munição para os que atacam nossa fé.