6 de set. de 2013

O brasileiro: retrato de um estatista

O estatista é aquele que adora depender do Estado. Ele luta para ser dependente. Odeia a liberdade e a responsabilidade individuais. Ele quer o Estado metido em tudo, até nos pormenores de sua vida, até mesmo que regule com quem ele dorme, seja homem ou mulher. Ele gosta de documentos oficiais. 

Como já foi dito, o estatista odeia responsabilidade individual. Ele é um filho mimado. Por exemplo, se ele, irresponsavelmente, tem uma gravidez indesejada, quer que o Estado intervenha, resolva seu problema, custe o que custar. O estatista não quer assumir as consequencias de seus atos inconsequentes. O estatista quer que o Estado acabe com a pobreza. Quer que o Estado ame seu próximo em seu lugar.

Se ele usa drogas, quer que o Estado banque tanto seu consumo quanto sua vaga na UTI caso tenha uma overdose. O estatista adora sistema público de saúde. Ele não se importa em financiar um sistema de saúde impessoal, mesmo que este promova ações contrárias às certas consciências, muitas vezes, a do próprio estatista. 

O estatista sonha em ser funcionário público. Ele luta com todas as forças para isto. Mas seu objetivo não é colocar seus conhecimentos à serviço do bem-comum, muito menos crescer profissionalmente. Ele quer um emprego estável. E de preferência que se trabalhe pouco. Ele quer não ser demitido. Ele tem medo de andar com as próprias pernas. 

O estatista gosta de verbas públicas. Ele monta uma Organização Não-Governamental cuja fonte de dinheiro é o governo. O estatista gosta de programas sociais do governo. Ele adora transferência direta de renda. Ele quer estudar o mínimo e trabalhar o mínimo. Ele quer ser sustentado pelo Estado. 

O estatista gosta de monopólio. Ele odeia concorrência. Odeia o livre mercado. Odeia produtos importados, principalmente quando é melhor que o dele. Ele quer que o Estado seja o principal investidor em todos os setores da economia.

O estatista paga altos impostos. Ele sustenta a máquina estatal que tanto adora. Ele reclama, sabe que há algo errado, mas não imagina que o problema é seu deus. Então, ele exige que o Estado faça jus a seus impostos e faça-se ainda mais presente. 

O estatista quer que o Estado regule o que ele deve assistir na TV. Ele quer que o Estado controle as propagandas para que ele não compre o que não precisa. O estatista quer que o Estado eduque seus filhos desde a mais tenra idade. 

Infelizmente, este é o retrato do brasileiro. O povo brasileiro é estatista por natureza. Sua história, dominada pelo clientelismo e paternalismo, fizeram-no dependente do Estado e, em tal situação, que não pretende se libertar. É por isso que o brasileiro se dá tão bem com ditaduras: em 124 anos de república, viveu quarenta e cinco sob regime ditatorial, sem contar a época de democracia capenga do período da política café-com-leite. Apesar dos discursos ferozes contra uma pretensa política neoliberal dos últimos anos, o fato é que somos dependentes do Estado. O Estado ainda é o grande investidor e o maior empregador. Na última década, não por coincidência, sob o governo do PT, a presença do Estado ficou ainda maior. O brasileiro clama pelo estatismo. Daí para o totalitarismo é um passo. 




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