13 de jun. de 2014

Dilma é xingada na abertura da Copa e se faz de vítima relembrando a ditadura. O que tem a ver o cu com as calças?

Há um episódio de As Meninas Superpoderosas onde um grupo de ativistas protetores dos animais resolve proteger, a todo o custo, o Macaco Louco. Quando ele toma um cacete das meninas, logo aparece o grupo fazendo estardalhaço e vociferando que o coitadinho está sendo maltratado. 

Ele, então, passa a aprontar de tudo e, quando vai tomar a costumeira surra, faz cara de coitado e grita que está sendo oprimido. Rapidamente aparece o grupo de ativistas para protegê-lo, acusar as meninas e jogar a opinião pública contra elas. Em nossos dias é tão comum esta estratégia. Ela é bastante usada, por exemplo, pelos defensores de movimentos sociais criminosos e dos baderneiros e bandidos das manifestações. 

A Dilma também a utilizou hoje se fazendo de vítima ao referir-se aos xingamentos dirigidos à ela na abertura da Copa. Relacionou os xingamentos com as pretensas torturas que teria sofrido durante a ditadura. Aproveitando o tema do xingamento, pergunto: o que tem o cu a ver com as calças? É a síndrome do Macaco Louco.

Outra coisa que não entendo: por que uma cambada de universitários costurando a vagina de uma menina num evento chamado Xereca Satanik, um evento anual que reúne milhares de bichas fazendo sexo em plena rua, um bando de mulheres com tetas horrorosas protestando contra ou a favor de alguma coisa que não faz sentido e uma cambada de maconheiro em marcha são considerados progressistas e revolucionários enquanto milhares de cidadãos mandando a presidAnta tomar no cu é coisa de elitista reacionário, é uma obscenidade "imprópria para crianças e famílias ouvirem"?


9 de jun. de 2014

Patrícia Abravanel discute religião e fala asneira: "A África não se desenvolve por que é muito 'mística'"

Neste domingo, durante o Programa Sílvio Santos, a Patrícia Abravanel soltou, ou melhor, reproduziu uma bela asneira. Creio que ninguém, assiste ao Programa Sílvio Santos esperando por um papo-cabeça. O programa é tipicamente de entretenimento, cheio de baboseira e eu gosto de assistir por isso. Mas o problema é quando se quer falar sério e o que se ouve é um zurro em alto e bom som. Tudo começou quando a Lívia Andrade, que é adepta de religiões afro-brasileiras, disse que pratica uma verdadeira mistureba de religiões. Então, Patrícia interveio com a malfadada teoria carregada de ignorância, preconceito, calvinismo de quinta categoria e uma leitura rápida da orelha de A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, de Max Weber. 

A filha do dono disse: "Existe países que são mais místicos, como os da África, por exemplo, onde as pessoas não pensam em trabalhar e por causa disso não se desenvolvem. E há países protestantes, como os EUA, onde as pessoas pensam em trabalhar e cuidar da família e o país se desenvolve por causa disso". Patrícia Abravanel não conhece a História, nem da África, nem dos EUA. Reduziu todo o complexo problema historico-socio-econômico a um simples aspecto religioso. Tese do proselitismo barato do protestantismo norte-americano, cuja imagem clássica que faz de seus vizinhos latino-americanos é do homem dormindo com um chapéu cobrindo a cara em frente a uma igreja. Aliás, é muito comum vermos reduzir-se ao elemento religioso a causa de diferentes níveis de desenvolvimento dos países. Os ateus também fazem este proselitismo rasteiro, afirmando que países menos religiosos são mais desenvolvidos. 

Patrícia esqueceu dos milhares de escravos negros que construíram a América, submetidos a escravidão mais brutal do continente, onde os escravos eram totalmente despersonalizados, passavam por verdadeiras lavagens cerebrais, a ponto de a cultura e a religião genuinamente africanas nos EUA terem sido praticamente extintas, ao contrário do que aconteceu nos países católicos latino-americanos, mais tolerantes. Patrícia deve ter comprado a ideia do Destino Manifesto quando estava aprendendo a ser pastora nos EUA. 

Patrícia não leva em conta que a África é um continente com países bastante diferentes entre si e com níveis de desenvolvimento diversos. Não leva em conta sua História repleta de impérios e reinos pujantes. Não leva em conta que a África foi partilhada por aqueles que, como ela, acreditavam no fardo do homem branco. Patrícia desconhece os processos de colonização e descolonização do continente africano, com suas lutas, guerras, ganâncias, genocídios e, é claro, seus aspectos religiosos, que são importantes, como em qualquer sociedade, mas não determinam, sozinhos, a formação e desenvolvimento das nações. Patrícia é patricinha. Não deveriam falar muito de África nos colégios da Suíça e dos EUA. Desconhece a África, pessoalmente e à distância. Vai estudar, Patrícia!