24 de jan. de 2015

A Europa islâmica: um caminho sem volta

As medidas de combate ao terrorismo sendo reforçadas na França e, consequentemente, em toda a Europa chegam a ser patéticas. Medidas inúteis, pois combate o efeito e não a causa. Temos que nos resignar, a Europa está perdida. Todo o Ocidente está derrotado. É um caminho inexorável: a Europa será islâmica. E mais tarde, a margem de cá deste “rio chamado Atlântico” também será. A derrocada da Europa começou há pouco mais de 200 anos quando os europeus voltaram suas costas para suas tradições, quando certas ideologias levaram os europeus a sofrerem de sentimento de culpa. Por isso, entraram num processo de autopunição e numa crise de identidade que a levou à autodestruição. Minaram seus pilares greco-romano, eslavo-germano e judaico-cristão. Atacaram a base da sociedade: a família. Implantaram o vírus mortal do relativismo moral.

Graças a este trabalho de sapa que vem minando os alicerces da sociedade europeia (e ocidental) e que nos trouxe à pós-modernidade, temos uma sociedade fragmentada. Propositadamente fragmentada pelas ideologias materialistas e laicistas cujo intuito era a da velha tática de “dividir para conquistar”. Mas nenhuma destas ideologias mostrou força suficiente para se impor de modo permanente o que possibilitaria construir uma unidade social, ainda que totalitarista. O nazifascismo e o comunismo se foram, graças a Deus. Criou-se um vácuo. Um vácuo de princípios e de ideais. Um grande ideal é aquele que motiva os homens e mulheres a morrer – e se necessário – a matar por ele. Este ideal pode ser bom e verdadeiro como o cristianismo, mas pode ser pernicioso e mentiroso como foi o comunismo. Foi um grande ideal que moveu milhares de homens a se baterem nas Cruzadas. Foi um grande ideal (ainda que deturpado, diga-se) que moveu milhares de homens das brigadas internacionais nas revoluções comunistas. Hoje, o único grande ideal que se apresenta como alternativa ao Ocidente é o Islã. Não é à toa que vemos milhares de jovens europeus muçulmanos, muitos neoconvertidos, se alistando nas fileiras do Estado Islâmico ou de organizações terroristas.

A Europa adoeceu e sua doença é incurável. Ainda que haja quem reconheça o mal, evita-se o remédio. Nada pode salvar a Europa. A solução poderia vir da Igreja Católica, a única instituição que sempre soube manter a unidade e a conservar a cultura europeia em tempos de adversidades. Porém, é com tristeza que constatamos sua impotência e incapacidade para fazer frente às ameaças por conta das contradições internas de seus filhos, principalmente de seu episcopado. Muito menos podemos contar com o simulacro de unidade chamada União Europeia. É mais fácil ela aplicar a eutanásia na paciente do que salvá-la.

Uma sociedade dividida. Foi exatamente o que facilitou a expansão árabe-muçulmana nos inícios da doutrina de Maomé. A península arábica estava dividida em tribos. Os impérios bizantino e persa sofriam com conflitos internos e, portanto, estavam profundamente divididos. Certos grupos até favoreceram ou aliaram-se aos invasores, como fazem alguns grupos hoje, especialmente de esquerda, que julgam poder usar os muçulmanos a seu favor. Mas um continente não acaba. Não é o fim da Europa, é o fim de uma era, como foi o fim do Império Romano. Há décadas países muçulmanos, encabeçados por Arábia Saudita, Marrocos, Líbia, Síria e Irã, financiam a expansão do Islã pela Europa. Constroem mesquitas, inclusive com capacidade para milhares em regiões aonde o número de adeptos não chega a uma centena; promovem ajuda financeira aos imigrantes; e, é claro, financiam o terrorismo que é parte integrante do mesmo projeto.

O futuro do continente europeu é o Islã. Não o Islã dos terroristas. Os terroristas são somente os que estão no front. Fazem parte do processo de islamização, como os cavaleiros de Allah no tempo do Califado, mas não são as peças fundamentais. Servem à causa, sem dúvida, porém os verdadeiros agentes da islamização da Europa são aqueles que migram – como diz o Alcorão. A invasão muçulmana é invisível, pacífica e silenciosa, como foram no Império Romano as primeiras ondas migratórias dos bárbaros. São famílias, gente boa e honesta, que trabalham, ocupam todos os espaços da sociedade, convivem nos bairros da periferia com pessoas de outras culturas em clima de tolerância e, principalmente, suas mulheres têm taxas de fertilidade muito maiores do que qualquer outra europeia. Contudo, também são pessoas de fé. Sabem exatamente o que os diferem dos outros. Eles são os fiéis. Nós, os infiéis. Sabem que eles são o futuro.

Não é o radicalismo islâmico que vai dominar a Europa. O Islã, ao longo da História, sempre soube se deixar influenciar pelas culturas superiores que encontrou pela frente. Hauriu a cultura grega dos bizantinos e bebeu da cultura persa. Preservou a bela poesia e literatura árabe pré-islâmica. De tribos nômades que eram atingiram alto grau de refinamento cultural a ponto de não podermos ignorar suas contribuições nas artes, na arquitetura, na filosofia e nas ciências. O Islã europeu não será o que destruiu os budas de Bamiyan, mas o que preservou os monumentos egípcios, mesopotâmios e as obras de filosofia grega. Católicos, fiquem tranqüilos. A Basílica de São Pedro não será o estábulo de nenhum sultão ou califa. Pelo menos não permanentemente. O Vaticano será o Fanar do Ocidente. Poucos homens e mulheres tiveram o privilégio de testemunhar o fim de uma era. Não sei se veremos o fim de um processo que pode durar décadas. Porém, as engrenagens da História já estão em movimento. Sentem-se no sofá e aproveitem o triste espetáculo.


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